A vida tinha lhe roubado seu sorriso, lhe deixou somente a dor de um coração partido. Ela queria acreditar em deuses, em felicidade, em amor, em beleza, mas como poderia, se lhe fora tomado pelos braços da morte, aquele pelo qual havia se dedicado, por quase toda a vida? Ela o conhecia desde a infância, namorou com ele em sua adolescência, casou com ele quando se tornou mulher, e um ano após, ele morreu, deixando-a em prantos. Primeiro se recusou a sair. Não aceitava visitas. Se trancou em casa. Sua família tentava dia após dia reanima-la, sem sucesso. Depois de um tempo, ela recomeçou com suas atividades. Primeiro o trabalho, precisava do dinheiro. Depois a universidade. Dia após dia ela se recompunha, mas desde sua perda, não conseguia mais sorrir. Duas primaveras passaram. Foi quando, ela decidiu, com uma folga em seu serviço, viajar sozinha. Decidiu-se por uma praia qualquer, não por que gostava, mas lhe fazia lembrar a ele. E a lembrança dele é o que a movia para frente, pois sabia, que se pudesse, ele mesmo a diria para viver e ser feliz. Sua estadia na praia, foi em boa parte, como a de qualquer um. Saia nas manhãs, a tarde, ocupava seu tempo. Nas noites tentava dormir, mas quase não o conseguia. Foi quando começou a sair a noite. E em uma dessas noites, em um quiosque qualquer se sentou. Observando as pessoas ao seu redor. Foi quando na sua frente, chegou este moço. Ele sorriu para ela, e lhe perguntou se podia se sentar. Ela pensou em vários motivos para recusar, mas acabou não os dizendo. Começaram a conversar. Ela relutante, lhe disse que se o que procurava era aventura, era sexo, não teria. Ele por sua vez acatou. Mas a pediu para conversarem, assim mesmo, sem maiores interesses. E apesar de nada saberem de si, tiveram uma boa conversa. O que o fez a convidar para caminharem na areia. A noite seguiu seu rumo, enquanto conversavam de todas as trivialidades que podiam, ele aberto, sincero, ela relutante, mas com a mesma sinceridade, evitando apenas evidenciar seu sofrimento. Viram esculpido na areia, animais, que pouco a pouco se desfaziam com o movimento das marés. Como apesar de todos os pesares, acharam a noite agradável, marcaram um novo encontro. Desses sem compromisso. Dia após dia tornaram a se encontrar. Sob o sol escaldante ou com uma chuva fina, lá estavam eles. E pouco a pouco, ela se abria mais. Falou de seu amor perdido. Chorou. Pensou que ele fugiria com seu choro. Mas ele ao contrário, respeitou. Deixou que ela chorasse, sem se quer a abraçar. Sabia que ela precisava não de um ombro, mas de um desabafo sincero. Falou ele também dos amores que tivera. Das desilusões por que passara. Crescia entre eles um sentimento muito maior que o desejo. Um respeito mútuo, raro de se encontrar. Quando então chegou o dia de se despedirem, foi com lágrimas, que se abraçaram. Com lágrimas, se beijaram, levemente, carinhosamente. E ela, coração acelerado, convidou-o para subir. Não sabia ela, qual medo era maior, o de se deixar amar, ou o de deixa-lo partir, sem saber se o veria novamente. Ele entendeu seu receio, e pacientemente, não tentou nada, apenas se deitou ao lado dela, ambos com roupas, abraçou a ela. E juntos dormiram. Manhã cedo, dia de tomar o avião, cada qual para sua casa. Não o fizeram, decidiram adiar o retorno as casas. E por fim, cederam a tentação. Se beijaram assim deitados. As mãos se procurando. Descobrindo corpo a corpo. Ela lhe tirou a camisa, beijou seu dorso nu, abriu suas calças. Ele, esperou , e assim semi nu, começou a despi-la. A deixou somente de calcinha. Sua boca percorrendo o corpo dela. Beijava lhe a boca, tão somente para descer em seus seios. Acariciava, com toques, e beijava os seios. Apertava lhe o corpo. Desejos crescentes. Ele beijou lhe a barriga, deu lhe uma mordida leve. Beijou sua calcinha, sua virilha. E lhe retirou esta última peça, descobrindo de vez o corpo dela. Beijou lhe nua. Deixou que seus dedos acariciassem a ela, entre as pernas, a tocando, a sentindo se apertar, provocando-a. Ela respondeu lhe a altura. Retirou dele a roupa que sobrara. Beijou - lhe todo também, sentindo sua rigidez. Tocava-o mãos em seu membro. Beijava-o. E sem pressa, como dois amantes que se querem, uniram seus corpos. Seguiram assim, ele dentro dela. Ela se movimentando para ele. Mudaram as posições, ela por cima, ambos de lado, ele por cima, várias mudanças. E gozaram, uma vez, duas vezes. Os dias juntos, passaram então a misturar o carinho que já haviam criado, com o desejo sexual. E enfim, chegou o dia que não mais podiam adiar a volta para casa. Trocaram telefones, trocaram informações. Trocaram suspiros. Ela em sua casa novamente, entendeu, que mesmo não sabendo quando ou se o veria, havia ganhado um presente da vida. Ganhara de novo a vontade de sorrir. E quando, então, apesar de todos os telefonemas, msn, orkut, já não tinha muitas esperanças de o ver novamente, deu-se a surpresa, ele conseguiu uma mudança para a cidade dela, não havia falado a ela ainda, por receio de achar estar acelerando demais o relacionamento, mas qual nada. De braços abertos ela o recebeu. Passaram um ano, cada qual em sua casa, namorando, namorico pudico. E decidiram morar juntos. Criam hoje, sem o saberem, sorrisos em quem os vê. Por que não são perfeitos é claro, mas juntos, transpiram o carinho que sentem um pelo outro.
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Now playing: Jonh Williams - Remembrances [With Itzhak Perlman]
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