quinta-feira, outubro 01, 2009

Desabafo/Dueto

Bom, já vou começar avisando, este talvez seja o post mais pessoal que estou fazendo, e por isso mesmo, algumas coisas podem ficar de difícil compreensão, isto por que como minha formação do momento é em psicologia, quem não é da área pode ter uma percepção meio diferente do que quero realmente passar, mas nem por isso vou deixar de tentar. E o primeiro ponto que tenho que explicar é estou com essas idéias, por que ontem (levando em conta que é madrugada) foi dia de análise, não de analisar alguém, mas de ser analisado, sim ontem foi dia da minha terapia. E foi um dia daqueles, do tipo em que se sai da clínica com quinhentas questões na cabeça, sem chão para se firmar, sem saber o que fazer. E para quem não sabe isso é bom, para a análise funcionar é preciso que isso ocorra. Mas é difícil passar por isto. Quem passou sabe do que estou falando. E algumas das milhares de coisas que me passaram pela cabeça são as que vou escrever aqui. Mas não fiquem triste, para quem quer um conto, escrevo um depois desse desabafo, ou seja lá o que quer que isso aqui represente. Então vamos ao fato, uma das coisas que ao sair da análise de imediato (ou quase), eu pude verificar, é que seria um dia de carência. E falo mais disso depois, de falar sobre pessoas. Quais? Ai que esta, sempre tive a sorte de ter pessoas incríveis próximas de mim, meus amigos (vou usar exemplo para tudo , mesmo sabendo que algumas pessoas vão ficar de fora, infelizmente). O que posso falar de caras como Dedé ou Glaúcio? Porra nos momentos de loucura (que não foram poucos), de mau humor, ou de neurose, esses caras estavam juntos para me apoiar, só tenho que agradecer a amizade que pude ter com cada um. E não só amigos antigos (e para esses dois bota antigos nisso). Quando cursei psicologia, tive o prazer de conviver por anos, com pessoas como a Quel, Deia, Vivi e Debinha, quatro mulheres maravilhosas, que como diriam pularam direto em meu coração para nunca mais sair, e que sinto saudades (e dessas só a Quel deve ler isso, me corrija se estiver errado). Durante todo curso, e ainda hoje, sempre que posso estar com elas, é sempre um prazer. E mesmo agora, com uma nova universidade, tenho encontrado pessoas maravilhosas, como a Mônica, que apesar da brincadeira no último post, o pouco que conheci dela (pelo menos até agora) já me mostrou que é uma pessoa com a qual posso contar, e vice versa, se precisar pode contar comigo viu? Enfim falo isto por que quero deixar bem claro que a carência não é por falta de pessoas que eu admire, e goste, cada uma dessas pessoas que citei é especial a sua maneira, e importante para a minha vida. Nesta momento, imagino que quem não é psicólogo deve estar pensando: -"aha já sei, ele quer uma namorada, isso é falta de sexo". Não entendam mal, namorar tem seus lados positivos, e não é arrogância, pura observação, fica sozinho hoje em dia quem quer, tem doido e doida para tudo, inclusive para fazer companhia. Não é esta questão. A questão, e por isso mesmo é bem difícil entender e bem pessoal, é a nas escolhas. Namorar é fácil, achar uma pessoa com a qual se considere a certa, isso meu amigo é bem mais complicado, e não falo por idealização da pessoa, mas por motivos simples, um deles por exemplo, é que em um relacionamento verdadeiro, deve haver compreensão mútua. Hoje em dia isso é de conhecimento público, qualquer livro de auto-ajuda fajuto te fala isso. Agora procura compreender um psicólogo. Difícil, muito difícil. E por que? Primeiro que quem não é psicólogo tem a falsa concepção de que todo psicólogo, quer e vai ouvi-la. Não bastasse isso, o psicólogo no popular, pode até ser meio doido, mas é um cara muito bem resolvido nas questões da vida, um cara que quase não sofre, que não tem desejos. O que é isso? Besteira, psicólogo é ser humano como outro qualquer, com falhas e acertos, como qualquer um. E até hoje, na prática, no dia a dia, só consegui achar outros psicólogos(as) que realmente entendem isso e aceitam. O que me deixa com uma puta saudade, ainda maior que a normal, das minhas queridas companheiras de profissão. E agora, para ser poético, e romântico, e plagiador, uso de músicas. É essa carência que sinto falta, não de alguém para transar, e ir levando aos trancos e barrancos, mas uma pessoa a qual eu possa dizer com sinceridade que "na bagunça do seu coração meu sangue errou de veia e se perdeu" (Mestre Chico Buarque), e que na depois de uma ausência eu possa cantar ao pé do ouvido "estou de volta no meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade, querendo um sorriso sincero um abraço..." (Elba Ramalho) . Enfim, alguém com quem compartilhar os sonhos mais íntimos aconchegado nos braços dela. Não se preocupem, como disse análise faz coisas... Bom agora para não decepcionar quem vem até este blog, para ler contos (devem ser os últimos românticos da face da Terra), deixo um conto abaixo, na verdade, como estou inspirado em músicas, é mais um poema, ou dialogo, ou qualquer definição que quiserem usar.


Dueto

Ele: - Venha ao meu encontro, não mais posso esperar, se a muito te procuro, a muito espero para te amar. E quantas noites varei, quantos bares passei, quantas chuvas apanhei, no caminho a te buscar. E como sofri, as dores que a vida nos traz, quantos falsos amores vivi, procurando em cada um por seu rosto, e como sorri para falsos sabores, que ao fim nada representavam. E nada me bastava, nada me era suficiente. E agora que te encontrei, me entrego em teus braços, faço de mim uma parte sua. E aqui ajoelhado, prometo te amar.

Ela: - Levante-se e não prometa, promessas são vazias, de nada valem, mas venha sim ao meu encontro, também eu não posso mais esperar, e se isto é amor, não posso dizer, vamos aproveitar. Tamanho desejo, tanto tempo passou, em que estive a te buscar, e em suas noites por outros bares passei, as mesmas chuvas busquei. E se sofreu, o mesmo fiz, lágrimas derramei para pessoas que não as mereciam. Meu sorriso, este com o tempo se apagou. Nada mais havia além de dissabores. E agora que chegou, aceito seus abraços, sua parte se encontra com a minha. E sem promessas vamos enfim nos amar.


Por hoje é só pessoal, e se faz sentido já não sei, mas foi o que escrevi por hoje. Abraços a todas pessoas especiais, que fazem da minha vida um tanto quanto melhor.



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Now playing: Elba Ramalho - De Volta pro Meu Aconchego
via FoxyTunes


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