terça-feira, março 17, 2009

Paisagens da janela

Dia chuvoso, bonito como só a natureza pode ser. Dia que corre como a paisagem passa pela janela do ônibus, trazendo as lembranças de um tempo de outrora. Um tempo aquele, que de criança trazia o sorriso das travessuras realizadas ao céu aberto, com a chuva a cair... Tempo que se foi junto aos pulos dados em poças d'água, de saltos felizes em brincadeiras de moleques. Vida de criança com sua única preocupação de viver... E a chuva de criança, repentinamente cessou. Tornou - se chuva de adolescente. Rebelde, cabelos longos ao vento. Brincos espalhados pela face. Nas orelhas. E a chuva ali, sempre presente. Molhando a apaixonados namorados que se beijam afobados. Perseguindo amigos que acabaram de comprar os cds a tanto almejados. Chuva que perdeu sua inocência. Que já não que so mais viver. A própria vida esta já quer muito mais. Quer amar, e quando ama, quer parar de sofrer. Quer tudo e nada tem. É a chuva rápida, afobada, despreocupada. Chuva que também se foi. Junto com a adolêscencia. E a chuva para? Não.. Segue com o tempo, um tempo agora que se faz adulto. Um tempo em que sorrir não basta. Agora neste tempo, o ter que importa. Ter para as contas que se acumulam nas gavetas. Ter alguém do lado, para espantar as noites mal dormidas. Ter aonde, para compartilhar com as pessoas de quem se importa, um local que chame lar. Toda despreocupação da infância inexiste levada pela chuva. E então a chuva... Ela segue seu rumo, por destinos desconhecidos, rotas alteradas de uma vida ainda por ser. E eu? Espero te encontrar na chuva que o futuro trará...


Texto literalmente escrito dentro do bus. Pessoa que se acha escritor é foda.

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Now playing: Faixa 11
via FoxyTunes

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