Não sei como o fato se deu, nem se quer de onde surgiu, quando vi já tinha acontecido, já havia trombado com ela e a derrubado no chão. Não pude deixar de notar enquanto a ajudava a se levantar, seus traços diferentes. Não me entendam mal, não era feia, muito pelo contrário, eu estava diante da garota mais linda que já havia visto, mas ainda assim, notava-se algo de incomum em seus traços, algo indefinido, isto claro, além de seu cabelo tingido de verde. Ela incrivelmente branca, pálida, se levantou e me olhou, com seus olhos que ao mesmo tempo que demonstravam sabedoria e nada revelavam. Não sou do tipo que se apaixona à primeira vista, mas confesso, meu coração acelerou quando fitei seu olhar. Ela carregava junto a si alguns livros, que como leitor confesso, aproveitei para olhar, e buscar algum que me ajudasse a puxar assunto. Não me lembro qual, afinal não era leitura o que procurava, mas certo é que enfim achei algum, enquanto os recolhia do chão que pude comentar. Como ela não me evitou, aproveitei e me ofereci para carrega-los, afinal é isto que um cavalheiro deve fazer não é? Sem segundas intenções claro. Enfim, durante a caminhada (ela estava indo em direção ao cursinho) conversamos um pouco, trocamos nomes, e ficaria nisto apenas, geralmente sou muito tímido para poder "cantar" uma garota. Mas esta exercia em mim uma enorme atração, quase irresistível; juntei toda a minha coragem e convidei a ela para comer alguma coisa, antes que seu intervalo acabasse. Para minha surpresa, ela não somente aceitou, como também me disse que já não estava interessada em ver aulas, e como ela estava gostando do papo, preferia ir a algum lugar em que pudessemos conversar, fomos então ao shopping, pedimos uma pizza, e refrigerantes. E continuamos a nossa conversa. Descobri então um pouco da vida dela, morava sozinha, em uma região próxima, mudou-se fazia pouco, tinha um grande interesse em conhecer as pessoas, em entender como o ser humano pensava e por isto mesmo, iria tentar a faculdade de psicologia. Sorriamos, eu me admirava com ela, com seu olhar, com seu jeito incrível. Perguntei delicadamente sobre a cor do cabelo dela, e ela sorrindo disse que era super normal usar verde , como ela mesma era normal, afinal o mundo é louco, nós somos os normais .Decidimos ver um filme qualquer, e com isso tentar evitar o fim do dia que aproximava e com ele o fim de nosso encontro casual. Mas como diz o ditado, tudo que é bom dura pouco. O dia terminou, trocamos telefonemas, e ficou por isso mesmo. Ou quase, por que durante toda a semana não conseguia tirar a imagem dela da minha cabeça. Que mistérios a rondavam? Aonde estaria agora. Tomei coragem liguei para ela, e de novo ela se interessou em sair. Comecei até mesmo a me acostumar com isso! Claro, que deixando de lado as brincadeiras, dada a hora de encontra-la minhas mãos tremiam, minhas pernas não queriam obedecer, mas meu meu raciocínio se impôs, e fui ao local marcado. E que noite fantástica! Com ela eu podia rir, podia ser eu mesmo, podia mostrar todos os meu lados, ao mesmo tempo que me encantava conhecer todos os pormenores dela, saber todos os detalhes que unidos serviam para lhe dar forma. E conversamos, de tudo, de nada, de todos e de ninguém, dos antigos amores, das futuras esperanças e o tempo, esse sim cumpriu sua missão e novamente deu um aquele pedaço da noite. E eu que julgava novamente a ter conhecido, e com isso não ter mais surpresas, fui surpreendido com um convite para sua casa. Dessa vez nem hesitei, aceitei , e para lá nos encaminhamos. Uma vez na casa, me mostrou o local, me ofereceu uma cerveja, que aceitei, e fingi beber, embora quase nem tocasse no copo, não por que desgosto, mas sim por que suas palavras absorviam minha atenção. Me mostrou seus cds, me pediu para escolher um som. Pedi a ela que me surpreende-se. Começou a dançar, ao som da balada, em minha direção. Mal eu sabia aonde olhar, com vergonha de fixar em seu corpo. Me beijou, sentou em meu colo. E eu, o homem da relação me deixei levar. E assim juntos fizemos amor, e digo amor, por que mesmo os mais céticos, hão de concordar, que duas pessoas pessoas apaixonadas, mesmo que por um curto período de tempo, que resolvem fazer sexo, com um enorme carinho, bom isso é fazer amor. E naquele momento nos amamos. Delicadamente, suavemente. Beijos pelo corpo. Sussurros nos ouvidos. Mordidas no pescoço. Êxtase. Depois tomamos um banho. Fizemos mais amor, no quarto, tanto nos queríamos, que tanto nos abusávamos. E por fim com ela deitada em meu colo, cansados, suados, em um momento de fraqueza, confessei minha súbita e rápida paixão. Confessei que os mistérios em seu olhar me haviam fascinado. Que seu corpo me seduzira. Que sua alegria me contagiara. Era então naquele momento, um retrato de um embriagado de amor, um leitor de romances. O último romântico de um mundo no limite. E ela riu, confiou-me então o seu segredo, disse-me que ela também nunca agira daquela forma, nunca sequer convidara amigos para sua casa, quem dirá amantes. E ainda rindo disse: "Somos dois loucos de planetas diferentes que vieram a se encontrar. Eu sou a garota da Lua, perdida na Terra, que em sua perdição, encontrou você o garoto de Marte, para acabar com a minha solidão". Rimos. Hoje, minha garota da Lua , agora mulher, se casou com seu homem de Marte, e criamos juntos os filhos dessa nossa união.
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Now playing: James Blunt - One Of The Brightest Stars
via FoxyTunes
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2 comentários:
Menina de bom gosto hein???
Amei o texto moço... =*
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