Mais um tópico, mais uma ressalva. Desta vez duas por sinal. Primeiro não sei falar, ler ou escrever em francês salvem algumas poucas frases, portanto me perdoem caso o título esteja escrito de forma incorreto, de qualquer maneira a intenção do título é clara. O segundo ponto é o seguinte, embora por ser um blog, em muitas ocasiões, uso de informalidades, opiniões, e ironia (como não poderia deixar de ser), ainda assim tenho uma formação acadêmica, o que significa que não tiro as idéias do ar, ou do nada. A estrutura dos textos são influenciadas pelo conhecimento adquirido , e com isto quero deixar claro, conhecimento não é fé, não é achodromo. Conhecimento é empirico. Conhecimento tem como ser constatado. Dito isto vamos ao que interessa. Ou não; antes que me esqueça, se alguma pessoa quiser ler neste blog, artigos humorísticos como os anteriores, basta me pedir e fornecer algum tipo de conteúdo, enquanto isso vou debatendo algumas idéias. Agora sim. Ao que interessa. O amor. E vamos começar botando fogo na lenha. O amor é uma construção socio-histórica. Isto mesmo. O amor não existe desde tempos imemoriais. Ele mudou de tempos em tempos. E nem sempre foi algo bonito de se ter e ver. Se for fazer uma revisão inteira de todos pormenores que cercam este assunto, ficaria aqui o dia inteiro (ou mais, já que isto dá uma pequena monografia), vou me limitar a alguns exemplos, explicações e detalhes. E para começar, é necessário falar da condição da mulher. A mulher durante um longo período histórico foi anulada, sua única importância se dava como procriadora. Seu valor se limitava a isto. E em uma sociedade patriarcal, com a mulher anulada, o amor, é claro, não poderia ser tal qual hoje. Em algumas sociedades, como a Grécia antiga, e Roma, o amor decorria de forma homossexual , geralmente entre companheiros de guerra. A mulher era escolhida pelo companheiro visando apenas estabelecer uma união que fornecesse privilegios sociais, e que pudesse pela mulher, gerar herdeiros (sexo masculino mesmo), que levassem o nome do pai. Como dito antes, rever todas sociedades demoraria demais, para um blog, vou então pular alguns pontos. Para exemplificar esta variação do sentimento amor, cito um escritor/época, o escritor se chamava Johann Wolfgang von Goethe (1749/1832), cujo qual ao escrever um livro intitulado Os sofrimentos do jovem Werther (1774), lançou uma nova visão da idéia amor, e desencadeou pela Europa da época, uma forma de amar, que considero correto chamar de amor gótico, o amor exarcebado. Suicidar por amor era considerado algo sublime, belo, quase sagrado. Claro, que isto também mudou, do contrário a sociedade estaria bem menos populosa é certo. Neste momento o(a) leitor(a), pode pensar, que a visão do amor, mudou sim, mas que mudou somente a visão de amor heterossexual. Bom, então agora vou citar uma outra forma de amar, o amor paternal. Amar os filhos, todos dirão que é prática comum, e que existe desde que o homem existe. O que claro é pura bobagem. A infância foi construída bem recentemente , com a ascensão do capitalismo, e por meio de alguns pensadores, tal qual Jean-Jacques Rousseau. Nascimento, 28 de Junho de 1712 · Genebra, Suíça. Falecimento, 3 de Julho de 1778. Não vou entrar em detalhes sobre a obra de cada autor, devido ao fato que isto seria outra monografia a se criar , cito alguns apenas para cituar tempo/espaço/idéia do social. Retomando o assunto. A sociedade durante uma grande parte de sua existência, tratou de suas crianças, como pequenos adultos (o próprio termo criança, ou o termo infância, foram criados já no capitalismo). Como pequenos adultos, eles se vestiam como seus pais, e tão logo conseguiam, aprendiam e exerciam a profissão determinada pelos pais ( que no caso da mulher era unicamente cuidar da casa e se preparar para ser uma boa esposa, e do homem seguia ao que o pai fazia), assim sendo se o pai trabalhava no campo, o pequeno adulto assim que conseguisse iria com o pai, arar o campo, plantar etc. A pequena mulher por sua vez aprendia a cozinhar, lavar, etc. Era comum , pequenos adultos morrerem, o que em momento algum era tido como trágedia. O apego pelas crianças é fato recente. O capitalismo (devido a uma série de fatores, que não entrarei em detalhes) precisa da infância, precisa de uma distinção entre idades, e por isso cria-se várias critérios e áreas que definem a cada faixa etária. E a partir disto, que começa-se a idealizar a criança, a amar a criança. A quem interessar, procurem saber quando se criaram orgãos de defesa a infância, ou mesmo leis, e poderão ver isto claramente. Mudando agora o enfoque. E o casamento? Este por sua vez nada mais foi do que uma forma de manter a estrutura social, e claro estabelecer gerações. Casamentos eram feitos por classe, por interesse. Nobre se casa com nobre. Passa - se o tempo, muda-se alguma coisa? Não. A alguns anos atrás, e por alguns, digo alguns poucos mesmo. Pensem no Brasil, a poucos anos atrás. A separação era proibida, pela igreja principalmente. A união so era aceita se por classes semelhantes. Ou você acha que a cinquenta anos atrás, um negro poderia se casar com uma branca? Um pobre com uma rica? Jamais. E mudou? Fingimos que sim, dizemos que hoje não há interesse. Mas é claro, sempre que um dos exemplos acima ocorrem, um problema surge. Os pais não deixa, a familia deserda. Ocorre a união? Em alguns casos sim. Mas a sociedade ainda torce o nariz. Somos preconceituosos. E temos como base de nossa sociedade a igreja católica (cada um tem sua fé, repito aqui, isto não é sobre fé, é análise da sociedade pelo empirismo); o Brasil foi construído com base no catolicismo. E nossa base, é a de construir familia, de uma forma x, com caráter x, herdados da igreja. Há quem quebre padrões claro, mas são exceções, e aqui falo das regras, do geral. O que nos leva agora , depois de uma breve análise (ficarei honrado caso alguém queira debater o assunto comigo), vamos a atualidade. Antes uma outra ressalva. Muitos países tem a mesma estrutura do Brasil, outros não. Não estou falando de nenhum outro país, além do Brasil. Para analisar outros países, eu teria que visitá-los e estuda-los. Me limito aqui ao que conheço. As observações agora. O amor, a idéia do amor presente no capitalismo atual , é tema de longo debate, o que citarei são pontos. Por exemplo. O amor paternal se firmou na sociedade e dificilmente deixara de existir, uma vez que é incrivelmente lucrativo. O amor com conteúdo sexual (independente da orientação sexual), este que irei citar. O que pode-se perceber é que o amor de hoje, é um amor egoista. O amor romântico, o que leva a pessoa a realizar absurdos, não existe mais. O amor de hoje, é aquele, que traz a cada individuo um sentimento, uma emoção benefica a ele(a). Por exemplo. Se uma pessoa é muito diferente da outra, haverá brigas, e provavelmente o término. Citando situações reais. Para cada situação imaginem um casal que tenha ambos trinta anos (a personalidade formada). Bom se um dos dois é álcoolatra, e o outro(a) não, pode-se tentar mudar ao outro(a) mas dificilmente (sem ajuda profissional) consegue-se. O que acontece é o término. Em caso mais suave, casal, em que uma das partes gosta de fumar maconha, a outra não. Mesma coisa, uma hora um se irrita com o outro. So caso assim? Claro que não. Vejamos um caso simples e comum. Uma das partes, gosta de doar mensalmente um valor x para uma instituição x, esse (a) pessoa, acredita na instituição, acredita que esta ajudando alguém, mas seu (sua) companheiro(a) acha uma bobagem. E todo inicio de mês, quando vai haver a doação de dinheiro, critica, briga. Fala que o dinheiro poderia ser usado para pagar uma conta x. Em outras palavras, esta pessoa pode não saber, mas esta destruindo as esperanças e a fé do companheiro(a). O casal pode se manter unido, mas com certeza cheios de problemas, e infelizes. E por isso, que hoje, cada vez mais, mesmo que de forma inconsciente, buscamos o amor egoista. O amor que antes de mais nada vai dar uma proporção muito maior de prazer que dor. Embora não exista um sem o outro. Mas proporcionalmente falando, é o amor idealizado hoje. Cito aqui a letra de uma música, do que é para mim, o maior compositor vivo deste Brasil, Chico Buarque. A música se chama você não saber amar. A letra: Você não sabe amar, meu bem,
Não sabe o que é o amor
Nunca viveu, nunca sofreu,
E quer saber mais que eu
O nosso amor parou aqui
E foi melhor assim
Você esperava e eu também
Que fosse esse seu fim
O nosso amor não teve querida
as coisas boas da vida
E foi melhor para você
E foi também melhor pra mim
E a letra exemplifica, muitissimo bem isto que estou escrevendo. O amor de hoje é isto, é um amor que buscamos sempre o que há de melhor, o que há de bom. E neste ponto, fecho, sem deixar criticas, sem desta vez, usar de uma explicação sobre o que penso disto, deixo o convite para quem quiser debater o amor de hoje (não pelo blog, ou email, fone, ou ao vivo, quem não possuir nenhum destes deixe recado com possibilidades de resposta), e deixo uma indagação, qual o tipo de amor que você esta vivendo?
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