quarta-feira, setembro 17, 2008

C'est L'amour

Mais um tópico, mais uma ressalva. Desta vez duas por sinal. Primeiro não sei falar, ler ou escrever em francês salvem algumas poucas frases, portanto me perdoem caso o título esteja escrito de forma incorreto, de qualquer maneira a intenção do título é clara. O segundo ponto é o seguinte, embora por ser um blog, em muitas ocasiões, uso de informalidades, opiniões, e ironia (como não poderia deixar de ser), ainda assim tenho uma formação acadêmica, o que significa que não tiro as idéias do ar, ou do nada. A estrutura dos textos são influenciadas pelo conhecimento adquirido , e com isto quero deixar claro, conhecimento não é fé, não é achodromo. Conhecimento é empirico. Conhecimento tem como ser constatado. Dito isto vamos ao que interessa. Ou não; antes que me esqueça, se alguma pessoa quiser ler neste blog, artigos humorísticos como os anteriores, basta me pedir e fornecer algum tipo de conteúdo, enquanto isso vou debatendo algumas idéias. Agora sim. Ao que interessa. O amor. E vamos começar botando fogo na lenha. O amor é uma construção socio-histórica. Isto mesmo. O amor não existe desde tempos imemoriais. Ele mudou de tempos em tempos. E nem sempre foi algo bonito de se ter e ver. Se for fazer uma revisão inteira de todos pormenores que cercam este assunto, ficaria aqui o dia inteiro (ou mais, já que isto dá uma pequena monografia), vou me limitar a alguns exemplos, explicações e detalhes. E para começar, é necessário falar da condição da mulher. A mulher durante um longo período histórico foi anulada, sua única importância se dava como procriadora. Seu valor se limitava a isto. E em uma sociedade patriarcal, com a mulher anulada, o amor, é claro, não poderia ser tal qual hoje. Em algumas sociedades, como a Grécia antiga, e Roma, o amor decorria de forma homossexual , geralmente entre companheiros de guerra. A mulher era escolhida pelo companheiro visando apenas estabelecer uma união que fornecesse privilegios sociais, e que pudesse pela mulher, gerar herdeiros (sexo masculino mesmo), que levassem o nome do pai. Como dito antes, rever todas sociedades demoraria demais, para um blog, vou então pular alguns pontos. Para exemplificar esta variação do sentimento amor, cito um escritor/época, o escritor se chamava Johann Wolfgang von Goethe (1749/1832), cujo qual ao escrever um livro intitulado Os sofrimentos do jovem Werther (1774), lançou uma nova visão da idéia amor, e desencadeou pela Europa da época, uma forma de amar, que considero correto chamar de amor gótico, o amor exarcebado. Suicidar por amor era considerado algo sublime, belo, quase sagrado. Claro, que isto também mudou, do contrário a sociedade estaria bem menos populosa é certo. Neste momento o(a) leitor(a), pode pensar, que a visão do amor, mudou sim, mas que mudou somente a visão de amor heterossexual. Bom, então agora vou citar uma outra forma de amar, o amor paternal. Amar os filhos, todos dirão que é prática comum, e que existe desde que o homem existe. O que claro é pura bobagem. A infância foi construída bem recentemente , com a ascensão do capitalismo, e por meio de alguns pensadores, tal qual  Jean-Jacques Rousseau. Nascimento, 28 de Junho de 1712 · Genebra, Suíça. Falecimento, 3 de Julho de 1778. Não vou entrar em detalhes sobre a obra de cada autor, devido ao fato que isto seria outra monografia a se criar , cito alguns apenas para cituar tempo/espaço/idéia do social. Retomando o assunto. A sociedade durante uma grande parte de sua existência, tratou de suas crianças, como pequenos adultos (o próprio termo criança, ou o termo infância, foram criados já no capitalismo). Como pequenos adultos, eles se vestiam como seus pais, e tão logo conseguiam, aprendiam e exerciam a profissão determinada pelos pais ( que no caso da mulher era unicamente cuidar da casa e se preparar para ser uma boa esposa, e do homem seguia ao que o pai fazia), assim sendo se o pai trabalhava no campo, o pequeno adulto assim que conseguisse iria com o pai, arar o campo, plantar etc. A pequena mulher por sua vez aprendia a cozinhar, lavar, etc. Era comum , pequenos adultos morrerem, o que em momento algum era tido como trágedia. O apego pelas crianças é fato recente. O capitalismo (devido a uma série de fatores, que não entrarei em detalhes) precisa da infância, precisa de uma distinção entre idades, e por isso cria-se várias critérios e áreas que definem a cada faixa etária. E a partir disto, que começa-se a idealizar a criança, a amar a criança. A quem interessar, procurem saber quando se criaram orgãos de defesa a infância, ou mesmo leis, e poderão ver isto claramente. Mudando agora o enfoque. E o casamento? Este por sua vez nada mais foi do que uma forma de manter a estrutura social, e claro estabelecer gerações. Casamentos eram feitos por classe, por interesse. Nobre se casa com nobre. Passa - se o tempo, muda-se alguma coisa? Não. A alguns anos atrás, e por alguns, digo alguns poucos mesmo. Pensem no Brasil, a poucos anos atrás. A separação era proibida, pela igreja principalmente. A união so era aceita se por classes semelhantes. Ou você acha que a cinquenta anos atrás, um negro poderia se casar com uma branca? Um pobre com uma rica? Jamais. E mudou? Fingimos que sim, dizemos que hoje não há interesse. Mas é claro, sempre que um dos exemplos acima ocorrem, um problema surge. Os pais não deixa, a familia deserda. Ocorre a união? Em alguns casos sim. Mas a sociedade ainda torce o nariz. Somos preconceituosos. E temos como base de nossa sociedade a igreja católica (cada um tem sua fé, repito aqui, isto não é sobre fé, é análise da sociedade pelo empirismo); o Brasil foi construído com base no catolicismo. E nossa base, é a de construir familia, de uma forma x, com caráter x, herdados da igreja. Há quem quebre padrões claro, mas são exceções, e aqui falo das regras, do geral. O que nos leva agora , depois de uma breve análise (ficarei honrado caso alguém queira debater o assunto comigo), vamos a atualidade. Antes uma outra ressalva. Muitos países tem a mesma estrutura do Brasil, outros não. Não estou falando de nenhum outro país, além do Brasil. Para analisar outros países, eu teria que visitá-los e estuda-los. Me limito aqui ao que conheço. As observações agora. O amor, a idéia do amor presente no capitalismo atual , é tema de longo debate, o que citarei são pontos. Por exemplo. O amor paternal se firmou na sociedade e dificilmente deixara de existir, uma vez que é incrivelmente lucrativo. O amor com conteúdo sexual (independente da orientação sexual), este que irei citar. O que pode-se perceber é que o amor de hoje, é um amor egoista. O amor romântico, o que leva a pessoa a realizar absurdos, não existe mais. O amor de hoje, é aquele, que traz a cada individuo um sentimento, uma emoção benefica a ele(a). Por exemplo. Se uma pessoa é muito diferente da outra, haverá brigas, e provavelmente o término. Citando situações reais. Para cada situação imaginem um casal que tenha ambos trinta anos (a personalidade formada). Bom se um dos dois é álcoolatra, e o outro(a) não, pode-se tentar mudar ao outro(a) mas dificilmente (sem ajuda profissional) consegue-se. O que acontece é o término. Em caso mais suave, casal, em que uma das partes gosta de fumar maconha, a outra não. Mesma coisa, uma hora um se irrita com o outro. So caso assim? Claro que não. Vejamos um caso simples e comum. Uma das partes, gosta de doar mensalmente um valor x para uma instituição x, esse (a) pessoa, acredita na instituição, acredita que esta ajudando alguém, mas seu (sua) companheiro(a) acha uma bobagem. E todo inicio de mês, quando vai haver a doação de dinheiro, critica, briga. Fala que o dinheiro poderia ser usado para pagar uma conta x. Em outras palavras, esta pessoa pode não saber, mas esta destruindo as esperanças e a fé do companheiro(a). O casal pode se manter unido, mas com certeza cheios de problemas, e infelizes. E por isso, que hoje, cada vez mais, mesmo que de forma inconsciente, buscamos o amor egoista. O amor que antes de mais nada vai dar uma proporção muito maior de prazer que dor. Embora não exista um sem o outro. Mas proporcionalmente falando, é o amor idealizado hoje. Cito aqui a letra de uma música, do que é para mim, o maior compositor vivo deste Brasil, Chico Buarque. A música se chama você não saber amar. A letra: Você não sabe amar, meu bem,
Não sabe o que é o amor
Nunca viveu, nunca sofreu,
E quer saber mais que eu
O nosso amor parou aqui
E foi melhor assim
Você esperava e eu também
Que fosse esse seu fim
O nosso amor não teve querida
as coisas boas da vida
E foi melhor para você
E foi também melhor pra mim

E a letra exemplifica, muitissimo bem isto que estou escrevendo. O amor de hoje é isto, é um amor que buscamos sempre o que há de melhor, o que há de bom. E neste ponto, fecho, sem deixar criticas, sem desta vez, usar de uma explicação sobre o que penso disto, deixo o convite para quem quiser debater o amor de hoje (não pelo blog, ou email, fone, ou ao vivo, quem não possuir nenhum destes deixe recado com possibilidades de resposta), e deixo uma indagação, qual o tipo de amor que você esta vivendo?

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