sexta-feira, setembro 25, 2009

Mundo estranho

O mundo em que ele vivia, era de fato um mundo estranho. A sua volta sempre havia alguém, se não que com ele morasse, mas ao menos que por ele passasse, e isso creiam, todo mundo sabe é comum. Estranho era o fato, de que há muito já não conseguia perceber as pessoas ao seu redor; assim como as cores que o cercavam, para ele se tornaram cinzas. Sorrir, coisa tão simples, tinha para ele um peso imenso. Um grande esforço lhe era exigido, para fingir alegria, por que a alegria, esta já não tinha mais esperança de recuperar. Havia claro quem tentasse lhe ajudar. Sua família lhe custeou um tratamento psicólogico e psiquiatrico. Seus amigos ligavam-lhe todo dia, iam a sua casa, conversavam. Mas nada surtia efeito. E no fim, seus amigos foram desistindo cansados. Sua família, ainda lhe ajudava, mas tal qual ele, desistiram a muito. Aos que pensam que ele não sabia de seu estado, sabia-o sim. Embora desesperançoso, no fundo de sua alma, sentia uma inveja, um pequeno desejo, de quem conseguia aproveitar a vida. Não pensava em se matar, e por sinal, não gostava da idéia de o fazer. E ainda assim, tudo que conseguia, era sair uma hora por dia, sentando-se em um banquinho de um parque público, sentindo aquela pontada de inveja da vida ao seu redor. Dia após dia, sentava-se em seu banco, e voltava para a casa, banhava-se, ia a cama, e chorava. Seu mundo estranho não tinha heróis, sem amor, sem glória.
Ela havia se mudado, procurando um recomeço. Não que se queixasse da vida, muito pelo contrário, adorava viver. Seu passado era motivo de alegria, rejubilo por ter feito de sua vida algo do qual se orgulhar. Adorava seus amigos, e sua família, a distância em nada interferia, sempre que podia ia ao encontro deles. Mudara-se apenas por que queria novas aventuras, e achava que uma mudança, novas pessoas , novos rostos, podiam lhe dar aquilo que procurava. E sabia que mesmo que para isso, fosse preciso um pouco de paciência, sempre teria o mundo de qual gostava, das chuvas para se molhar, dançando longe dos olhos, das músicas, pedaços do paraíso, ao qual ouvia. Sabia que não tinha tudo, que algo lhe faltava, mas usava disto para sempre olhar ao seu redor procurando sinais que lhe indicassem por qual caminho seguir. Era sobretudo atenta as pessoas, via em cada um, uma oportunidade de aprender, de fazer novas amizades. Shows, teatros, mesmo filas em bancos para realizar pagamentos, tudo era uma nova oportunidade para conhecer novas pessoas. E fosse o que fosse que lhe faltasse, que a deixasse inquieta fazendo com que se mudasse, tinha a certeza de que um dia iria encontrar.
Eis, que um dia, com um fino chuvisco caindo do céu, ela pensou em ir ao parque, sem nenhuma intenção objetiva, queria apenas curtir aquela chuva fina e gostosa que lhe banhava os cabelos, o rosto. Foi quando ela o viu. Sentado em seu banquinho, ele chorava, lágrimas encobertas pela chuva (ou assim ele pensava). Ela não teve dúvidas, tinha que o ajudar. Sentou-se ao seu lado. Sorriu para ele. Ele não reparou. Ela insistiu, chamou a ele. Foi quando então ele olhou em nos belos olhos azuis dela. E sem entender por que exatamente, sem conseguir ao menos pensar, sentiu uma irresistível vontade de retribuir ao sorriso dela. Vendo o sorriso dele, ela colocou como objetivo ajuda-lo, não importando a ela o que fosse necessário. Ela, sem palavras o pegou pela mão, fez com que dançassem. Ele desnorteado só conseguia acompanha-la. Fascinado sim, mas assustado, querendo fugir. Ela não deixava que ele lhe escapasse. Perguntou seu nome, perguntou de sua vida, e mesmo com as respostas secas que ele lhe dava, ela insistiu. Quando por fim a chuva cessou, ele se despediu, com desculpas ruins de que deveria ir para a casa. Ela permitiu desde que ele lhe prometesse encontra-la de novo, no dia seguinte. Exitando ele aceitou.
No dia seguinte, torturando-se ele decidia se deveria ir ou não ao encontro dela. Pensou várias vezes, sua mente lhe dizia para não ir. Mas em um impulso incontrolável, acabou cedendo a tentação. Sabia que ela estaria esperando por ele no parque, e por isto, aproximou-se devagar de longe, ainda incerto se fazia a coisa certa. Ela o pegou de surpresa, viu de longe que ele se movia para frente e para trás, como que por medo de se aproximar. Circulou sem que ele a visse, até se encontrar atrás dele. Colocou a mão em seus olhos, perguntando quem era. Assustado ele se virou, mais rapidamente do que gostaria, o que fez com que seus corpos, ficassem intimamente próximos. Ela, desejosa, não exitou, beijou-lhe. Ele mente vazia, aceitou. Não fez por onde retribuir, mas como ela percebeu, também não foi capaz de resistir.
Nos dias que se sucederam, eles se encontraram religiosamente no mesmo horário, sempre no mesmo local, e pouco a pouco, ele ia se abrindo para ela. Pouco a pouco seu sorriso lhe retornava. Viviam um dia de cada vez. Ele por medo, ela por saber que se o apressasse ele fugiria. O mundo dela colidiu com o mundo estranho dele. Suas vidas começaram a se fundir. Beijos desejosos, passaram a ser beijos carinhosos, caricias no cabelo, caricias no rosto. A vida dela livro aberto passou a lhe fascinar. A vida dele, antes cinza, começou a ganhar cores. A chuva antes dela, passou a ser uma agradável lembrança a dois.
E o tempo, inquieto como sempre, passou. A amizade virou amor. A depressão deu lugar a alegria. Hoje vivem juntos, falam do passado sorridentes. E quando perguntam o que faltava a ela que a fazia mudar de cidade, e o que faltava a ele que lhe tingisse de cores o mundo, ambos em um único coro, respondem quase a gritar: Amor.

Bom, o conto de hoje termina neste ponto, espero ter entretido a vocês, que lêem meu blog, e deixo uma observação, este é um daqueles contos com dedicatória, este vai para Mônica Aha. Apesar de ser meio sociopata, ela é gente boa. E um dia posto alguma coisa sobre a vida real, explicando o por que do sociopata. Por hoje é só. Abraços a todos, e de novo errar no português é normal, mas ando pior por que ainda não consegui consertar meu corretor, que insiste em querer corrigir o português como se fosse inglês. See you next time.


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Now playing: Agua de Annique - What's the reason?
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sexta-feira, setembro 18, 2009

Para se passar o tempo

Quem me conhece já sabe de alguns hábitos, um deles que cultivo a anos, minhas amigas psicólogas devem se lembrar, é o de ler, normalmente livros, em sala de aula, principalmente quando a matéria em questão me entedia. E em qualquer curso, em qualquer faculdade, existem certas máterias que não fazem o gosto, não somente meu, de qualquer pessoa. Neste semestre não me é diferente, felizmente de todas as matérias somente uma me desagrada. E como tenho que esperar a van, normalmente sem um centavo no bolso, acabo assistindo a matéria, e aqui deixo claro uma falha da UFMG, o horário de funcionamento de quase todas as áreas (biblioteca, lanchonete, etc...), é as nove horas da noite, o que para o estudante do curso noturno é um tremendo inconveniente, a lógica e o certo seria de que o funcionamento geral parasse junto ao término das aulas, dez e meia aproximadamente. Por falta do que fazer, mesmo não gostando da matéria em questão fico em sala de aula (calouros não matam aula, quando achar uma pessoa para ficar do lado de fora batendo papo não penso duas vezes). Enfim, o que faria em geral seria ler um livro então, mas como ainda estou com receio do professor, optei por outro passatempo. Pedi a duas pessoas que me falassem alguns verbos, com os verbos dados, escrevi mais um pequeno conto, para a alegria da galera, qualquer crítica ao conto, culpem as garotas que forneceram os verbos. O conto segue abaixo:

Estudantes

A primeira impressão quando a vi, foi a de que estava diante de uma pessoa focada, uma pessoa determinada a seguir com paixão os rumos do estudo. Atentamente, ela ouvia a cada palavra que o professor lhe dizia. Sorvia a sabedoria de um debate, sorrindo, como quem pede por mais. Sua dedicação em estudar, dava-me a sugestão de que nunca teria um lugar em seu pequeno mundo, tão vasto em conhecimento. E como tudo que na vida pode-se dizer como previsível, estava a minha humilde pessoa obviamente errada. No primeiro contato, bastou uma troca de sorrisos, para desencadear uma enxurrada de palavras, carregadas de emoções e idéias reprimidas de desejos ainda por vir. No segundo instante a vida tocava sua canção em nosso coração, arrematando a paixão de se viver, no impulso de amar um ao outro. A partir de então, nossos momentos, instantes vividos, estudos passados tornaram-se pura diversão, paixonite adolescente. E o romance adolescente de dois adultos, fazia mais novos a cada um dos dois. Cinemas, shows, bares, amigos, tudo se fazia motivo para sair. Sair, claro era razão suficiente para nos encontrarmos, e isto por sua vez deixava implicito uma louca vontade de andar sempre a sorrir. E a vida como sempre imprevisível, fez-se presente no destino. Um atraso, alguns minutos, um acidente banal, uma vida que se perde no dissabor da fatalidade. Todos os sorrisos, agora apenas lembranças, todo o amor evaporado no tempo, no ar. E agora neste pequeno requiem, peço que o único desejo que tenha possa se realizar. Cala-te coração!

quinta-feira, setembro 10, 2009

Como ser um true headbanger

Este é um tópico em tópicos portanto caro leitor leia cada parte na ordem que melhor lhe aprouver mas lembrem-se somente aqueles que entenderem da vida headbanger vão entender do que falo, e lembro vos, de que não sou mais um ser misantrópico, soturno, cabeludo, tatuado, cheio de piercings, ou seja um tipico headbanger, mas como participei ativamente por um bom tempo deste movimento sei algumas seriedades do meio. Sente-se, relaxe e leia. Os tópicos vão pela minha memória, não por ordem de valor.

1) Ouça muito metal, quanto mais alto melhor, e curta pra caralho essa porra. Se não sabe por que um headbanger tem que ouvir metal, nem leia, melhor ler outra coisa ouvindo emo, e enfia a opinião no meio do rabo.

2) Sim, este é um post cheio de palavrões e ofensivo, por que headbanger que não fala palavrão e que não tem atitude é uma putinha emo querendo dar.

3) Tenha em mente que metal so perde em valor pra mulher, por que metal é macho porra! Se tu é uma mulher lendo isto e é headbanger tu é macho pra cacete.

4) Beba até cair, depois levante e beba mais, bebida em excesso so faz mal se tu for uma franga chorona achando que ir ao shopping é o must.

5) Headbanger não dorme , conta bodes pretos saídos direto do inferno, e pulando a fogueira de satanas.

6) A única coisa melhor do que ir a um show de metal, é ir a dois, melhor que isso é so se em cada show tu sair acompanhado de uma gostosona.

7) Se acha isso um monte de merda é por que nunca viu headbanger conversando, quanto mais zoador mais headbanger tu é.

8) Se não aguenta zoeira, procure qualquer merda que tenha falado de emos, e faça, apesar de que tudo vai terminar com tu dando.

9) Não interessa como vai arrumar tempo, tenha pelo menos uma banda, headbanger sem banda, é igual heterossexual que não transa, ou é virgem no assunto, ou ta é tirando onda.

10) Ex - headbanger é igual a ex - viado e ex - fumante, não existe, isso é estilo de vida não passatempo .

11) Existe sim, o headbanger que fica véio, por que véio essa merda de mundo é foda e todo mundo tem que trampar uma hora ou outra, e headbanger véio é uma desgraça, cai cabelo, figado começa a falhar, mas o metal nunca falha!

12) Esse aqui vai pra quem conhece do assunto, headbanger que é headbanger também curte um futebol, mas tem que torce pro time certo, metal escolhe time preto e branco, time cheio de cor, cheio de azuis, é coisa de maria.

13) Todo ser humano tem o sonho de ser rico, o do headbanger é mudar para Wacken e sobreviver por várias temporadas.

14) Headbanger gosta de truco, por que é o momento ideal de confraternizar com amigos, com frases como : "Seu ladrãozinho de merda, pega sua dentadura enfia no cu e da risada porra."

15) Não basta insultar, tem que inventar expressões, do tipo de "um cu dentro do outro". Tentem imaginar o que é isso.

16) Churrasco é so uma desculpa pra reunir ouvindo metal, bebendo igual um condenado, e torcendo pra aparecer alguma mulher.

17) Eurotrip é redundância de "quero viajar bebendo pelo mundo todo, ouvindo metal e tentando fazer sexo com todas".

18) Pessoas comuns querem animais de estimação , headbangers querem animais para serem companheiros no golo.

19) A falta de noção da pessoa comum é o dia a dia do headbanger.

20) Futebol é um esporte radical com headbangers. Jogar com pessoas de coturno, tentando acertar uma latinha de cerveja amassada, e acertando so a canela um dos outros, é um exemplo do que é o futebol headbanger.

21) Como um headbanger conta dinheiro? Ele pega seu contracheque e diz "Porra descontaram muito do meu sálario, esse mês so recebi 3 caixas de cerveja, 6 doses de cachaça e alguns picados."

22) Trocado na mão de gente comum vai pro porquinho na do headbanger vira junta junta pra cachaça.

23) Todo headbanger é um filho da puta uns com os outros, mas tenta mexer com um deles para ver o que acontece.

25) Ta procurando o tópico 24? É um emo mesmo, uma biba louca. Vai procurar 24 la na torcida azul rapaz!

26) Ou se tu ta querendo mais dica, toma vergonha na cara e vai fazer algo melhor porra!

E por enquanto parei aqui, mas tenho certeza, de que este é um post que vai render mais assunto, assim que tiver mais assunto volto a escrever.



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sexta-feira, setembro 04, 2009

Desistindo...

Eu meio que desisto, e peço ajuda, alguêm pode me explicar como a vida funciona? Eu sei, eu sei, como psicólogo tenho que entender disso, mas falem a sério, vocês nunca acharam que a vida poderia estar de sacanagem com vocês? Então me expliquem, que diabos ocorre que nada se encaixa como deveria?