O mundo em que ele vivia, era de fato um mundo estranho. A sua volta sempre havia alguém, se não que com ele morasse, mas ao menos que por ele passasse, e isso creiam, todo mundo sabe é comum. Estranho era o fato, de que há muito já não conseguia perceber as pessoas ao seu redor; assim como as cores que o cercavam, para ele se tornaram cinzas. Sorrir, coisa tão simples, tinha para ele um peso imenso. Um grande esforço lhe era exigido, para fingir alegria, por que a alegria, esta já não tinha mais esperança de recuperar. Havia claro quem tentasse lhe ajudar. Sua família lhe custeou um tratamento psicólogico e psiquiatrico. Seus amigos ligavam-lhe todo dia, iam a sua casa, conversavam. Mas nada surtia efeito. E no fim, seus amigos foram desistindo cansados. Sua família, ainda lhe ajudava, mas tal qual ele, desistiram a muito. Aos que pensam que ele não sabia de seu estado, sabia-o sim. Embora desesperançoso, no fundo de sua alma, sentia uma inveja, um pequeno desejo, de quem conseguia aproveitar a vida. Não pensava em se matar, e por sinal, não gostava da idéia de o fazer. E ainda assim, tudo que conseguia, era sair uma hora por dia, sentando-se em um banquinho de um parque público, sentindo aquela pontada de inveja da vida ao seu redor. Dia após dia, sentava-se em seu banco, e voltava para a casa, banhava-se, ia a cama, e chorava. Seu mundo estranho não tinha heróis, sem amor, sem glória.
Ela havia se mudado, procurando um recomeço. Não que se queixasse da vida, muito pelo contrário, adorava viver. Seu passado era motivo de alegria, rejubilo por ter feito de sua vida algo do qual se orgulhar. Adorava seus amigos, e sua família, a distância em nada interferia, sempre que podia ia ao encontro deles. Mudara-se apenas por que queria novas aventuras, e achava que uma mudança, novas pessoas , novos rostos, podiam lhe dar aquilo que procurava. E sabia que mesmo que para isso, fosse preciso um pouco de paciência, sempre teria o mundo de qual gostava, das chuvas para se molhar, dançando longe dos olhos, das músicas, pedaços do paraíso, ao qual ouvia. Sabia que não tinha tudo, que algo lhe faltava, mas usava disto para sempre olhar ao seu redor procurando sinais que lhe indicassem por qual caminho seguir. Era sobretudo atenta as pessoas, via em cada um, uma oportunidade de aprender, de fazer novas amizades. Shows, teatros, mesmo filas em bancos para realizar pagamentos, tudo era uma nova oportunidade para conhecer novas pessoas. E fosse o que fosse que lhe faltasse, que a deixasse inquieta fazendo com que se mudasse, tinha a certeza de que um dia iria encontrar.
Eis, que um dia, com um fino chuvisco caindo do céu, ela pensou em ir ao parque, sem nenhuma intenção objetiva, queria apenas curtir aquela chuva fina e gostosa que lhe banhava os cabelos, o rosto. Foi quando ela o viu. Sentado em seu banquinho, ele chorava, lágrimas encobertas pela chuva (ou assim ele pensava). Ela não teve dúvidas, tinha que o ajudar. Sentou-se ao seu lado. Sorriu para ele. Ele não reparou. Ela insistiu, chamou a ele. Foi quando então ele olhou em nos belos olhos azuis dela. E sem entender por que exatamente, sem conseguir ao menos pensar, sentiu uma irresistível vontade de retribuir ao sorriso dela. Vendo o sorriso dele, ela colocou como objetivo ajuda-lo, não importando a ela o que fosse necessário. Ela, sem palavras o pegou pela mão, fez com que dançassem. Ele desnorteado só conseguia acompanha-la. Fascinado sim, mas assustado, querendo fugir. Ela não deixava que ele lhe escapasse. Perguntou seu nome, perguntou de sua vida, e mesmo com as respostas secas que ele lhe dava, ela insistiu. Quando por fim a chuva cessou, ele se despediu, com desculpas ruins de que deveria ir para a casa. Ela permitiu desde que ele lhe prometesse encontra-la de novo, no dia seguinte. Exitando ele aceitou.
No dia seguinte, torturando-se ele decidia se deveria ir ou não ao encontro dela. Pensou várias vezes, sua mente lhe dizia para não ir. Mas em um impulso incontrolável, acabou cedendo a tentação. Sabia que ela estaria esperando por ele no parque, e por isto, aproximou-se devagar de longe, ainda incerto se fazia a coisa certa. Ela o pegou de surpresa, viu de longe que ele se movia para frente e para trás, como que por medo de se aproximar. Circulou sem que ele a visse, até se encontrar atrás dele. Colocou a mão em seus olhos, perguntando quem era. Assustado ele se virou, mais rapidamente do que gostaria, o que fez com que seus corpos, ficassem intimamente próximos. Ela, desejosa, não exitou, beijou-lhe. Ele mente vazia, aceitou. Não fez por onde retribuir, mas como ela percebeu, também não foi capaz de resistir.
Nos dias que se sucederam, eles se encontraram religiosamente no mesmo horário, sempre no mesmo local, e pouco a pouco, ele ia se abrindo para ela. Pouco a pouco seu sorriso lhe retornava. Viviam um dia de cada vez. Ele por medo, ela por saber que se o apressasse ele fugiria. O mundo dela colidiu com o mundo estranho dele. Suas vidas começaram a se fundir. Beijos desejosos, passaram a ser beijos carinhosos, caricias no cabelo, caricias no rosto. A vida dela livro aberto passou a lhe fascinar. A vida dele, antes cinza, começou a ganhar cores. A chuva antes dela, passou a ser uma agradável lembrança a dois.
E o tempo, inquieto como sempre, passou. A amizade virou amor. A depressão deu lugar a alegria. Hoje vivem juntos, falam do passado sorridentes. E quando perguntam o que faltava a ela que a fazia mudar de cidade, e o que faltava a ele que lhe tingisse de cores o mundo, ambos em um único coro, respondem quase a gritar: Amor.
Bom, o conto de hoje termina neste ponto, espero ter entretido a vocês, que lêem meu blog, e deixo uma observação, este é um daqueles contos com dedicatória, este vai para Mônica Aha. Apesar de ser meio sociopata, ela é gente boa. E um dia posto alguma coisa sobre a vida real, explicando o por que do sociopata. Por hoje é só. Abraços a todos, e de novo errar no português é normal, mas ando pior por que ainda não consegui consertar meu corretor, que insiste em querer corrigir o português como se fosse inglês. See you next time.
----------------
Now playing: Agua de Annique - What's the reason?
via FoxyTunes
Ela havia se mudado, procurando um recomeço. Não que se queixasse da vida, muito pelo contrário, adorava viver. Seu passado era motivo de alegria, rejubilo por ter feito de sua vida algo do qual se orgulhar. Adorava seus amigos, e sua família, a distância em nada interferia, sempre que podia ia ao encontro deles. Mudara-se apenas por que queria novas aventuras, e achava que uma mudança, novas pessoas , novos rostos, podiam lhe dar aquilo que procurava. E sabia que mesmo que para isso, fosse preciso um pouco de paciência, sempre teria o mundo de qual gostava, das chuvas para se molhar, dançando longe dos olhos, das músicas, pedaços do paraíso, ao qual ouvia. Sabia que não tinha tudo, que algo lhe faltava, mas usava disto para sempre olhar ao seu redor procurando sinais que lhe indicassem por qual caminho seguir. Era sobretudo atenta as pessoas, via em cada um, uma oportunidade de aprender, de fazer novas amizades. Shows, teatros, mesmo filas em bancos para realizar pagamentos, tudo era uma nova oportunidade para conhecer novas pessoas. E fosse o que fosse que lhe faltasse, que a deixasse inquieta fazendo com que se mudasse, tinha a certeza de que um dia iria encontrar.
Eis, que um dia, com um fino chuvisco caindo do céu, ela pensou em ir ao parque, sem nenhuma intenção objetiva, queria apenas curtir aquela chuva fina e gostosa que lhe banhava os cabelos, o rosto. Foi quando ela o viu. Sentado em seu banquinho, ele chorava, lágrimas encobertas pela chuva (ou assim ele pensava). Ela não teve dúvidas, tinha que o ajudar. Sentou-se ao seu lado. Sorriu para ele. Ele não reparou. Ela insistiu, chamou a ele. Foi quando então ele olhou em nos belos olhos azuis dela. E sem entender por que exatamente, sem conseguir ao menos pensar, sentiu uma irresistível vontade de retribuir ao sorriso dela. Vendo o sorriso dele, ela colocou como objetivo ajuda-lo, não importando a ela o que fosse necessário. Ela, sem palavras o pegou pela mão, fez com que dançassem. Ele desnorteado só conseguia acompanha-la. Fascinado sim, mas assustado, querendo fugir. Ela não deixava que ele lhe escapasse. Perguntou seu nome, perguntou de sua vida, e mesmo com as respostas secas que ele lhe dava, ela insistiu. Quando por fim a chuva cessou, ele se despediu, com desculpas ruins de que deveria ir para a casa. Ela permitiu desde que ele lhe prometesse encontra-la de novo, no dia seguinte. Exitando ele aceitou.
No dia seguinte, torturando-se ele decidia se deveria ir ou não ao encontro dela. Pensou várias vezes, sua mente lhe dizia para não ir. Mas em um impulso incontrolável, acabou cedendo a tentação. Sabia que ela estaria esperando por ele no parque, e por isto, aproximou-se devagar de longe, ainda incerto se fazia a coisa certa. Ela o pegou de surpresa, viu de longe que ele se movia para frente e para trás, como que por medo de se aproximar. Circulou sem que ele a visse, até se encontrar atrás dele. Colocou a mão em seus olhos, perguntando quem era. Assustado ele se virou, mais rapidamente do que gostaria, o que fez com que seus corpos, ficassem intimamente próximos. Ela, desejosa, não exitou, beijou-lhe. Ele mente vazia, aceitou. Não fez por onde retribuir, mas como ela percebeu, também não foi capaz de resistir.
Nos dias que se sucederam, eles se encontraram religiosamente no mesmo horário, sempre no mesmo local, e pouco a pouco, ele ia se abrindo para ela. Pouco a pouco seu sorriso lhe retornava. Viviam um dia de cada vez. Ele por medo, ela por saber que se o apressasse ele fugiria. O mundo dela colidiu com o mundo estranho dele. Suas vidas começaram a se fundir. Beijos desejosos, passaram a ser beijos carinhosos, caricias no cabelo, caricias no rosto. A vida dela livro aberto passou a lhe fascinar. A vida dele, antes cinza, começou a ganhar cores. A chuva antes dela, passou a ser uma agradável lembrança a dois.
E o tempo, inquieto como sempre, passou. A amizade virou amor. A depressão deu lugar a alegria. Hoje vivem juntos, falam do passado sorridentes. E quando perguntam o que faltava a ela que a fazia mudar de cidade, e o que faltava a ele que lhe tingisse de cores o mundo, ambos em um único coro, respondem quase a gritar: Amor.
Bom, o conto de hoje termina neste ponto, espero ter entretido a vocês, que lêem meu blog, e deixo uma observação, este é um daqueles contos com dedicatória, este vai para Mônica Aha. Apesar de ser meio sociopata, ela é gente boa. E um dia posto alguma coisa sobre a vida real, explicando o por que do sociopata. Por hoje é só. Abraços a todos, e de novo errar no português é normal, mas ando pior por que ainda não consegui consertar meu corretor, que insiste em querer corrigir o português como se fosse inglês. See you next time.
----------------
Now playing: Agua de Annique - What's the reason?
via FoxyTunes